No século XX, a Rússia apresentava uma economia débil e muito pouco desenvolvida em relação aos países europeus. A atividade predominante era a agricultura que ainda era feudal e tradicional (sem a intervenção das máquinas) e apresentava uma fraca produtividade. A indústria era também pouco desenvolvida e consequentemente, pouco produtiva. Um Império governado por uma monarquia autoritária e absoluta com uma economia frágil e com população a viver na absoluta miséria, não correspondia minimamente aos padrões de viva europeia. Devido às más condições de vida, houve uma tentativa de revolução por parte dos liberais em 1905 que foi rapidamente suprimida pelo czar Nicolau II. Para acalmar a população, o czar criou a Duma (parlamento) como forma de tentativa de democratizar o país, mas na realidade não tentando mudar a sua forma de governar, pondo na Duma homens que estariam a apoia-lo a 100%. Apesar da tentativa de sossegar a população, esta não estava contentes criando vários partidos contra o regime. Um deles foi o KD (Partido Constitucional Democrata) que procurava impor um regime parlamentar. Os Socialistas Revolucionários eram partidários do coletivismo e socialismo dos meios de produção. Os Sociais-Democratas eram os mais radicais, defendendo a proletarização da sociedade e o fim da propriedade privada. Estes últimos dividiam-se em Bolcheviques que constituíam a parte maior e eram os mais radicais, e os Mencheviques que eram a sua minoria e eram moderados e reformistas. Os revolucionários eram na sua maioria constituídos pelos Sovietes, estes por sua vez, era assembleias administrativas e deliberativas compostas pelos operários, camponeses e soldados.
Em 1916 a Rússia entra na 1ª Guerra Mundial o que vem a agravar a então má economia do país e vem também a enfurecer ainda mais a população russa, levando em 1917 à Revolução de Fevereiro em Sampetersburgo. Após a revolução, é proclamado o fim da monarquia e a proclamação de um Governo Provisório apoiado pela burguesia e dirigido pelo príncipe Lvov que era um constitucional democrata. Esta revolução foi inspirada por Vladimir Ilich Ulianov mais conhecido por Lenine, estando no momento da revolução no exílio em Suíça. Dada a revolução, voltou à Rússia para assumir o comando do país junto do seu grande amigo e companheiro, Leão Trotsky, dando assim, início a um regime duplo, por um alado governado pelos burgueses, por outro, pelos Bolcheviques (regimes paralelos).
O regime implantado pelo Lenine foi o de marxismo-leninismo. Foi uma fusão de dois ideais: o do marxismo – criado por Karl Marx, que tinha uma teoria de que mais sedo ou mais tarde iria dar-se uma revolução socialista, mas que essa revolução deveria acontecer num país desenvolvido (não sendo o caso da Rússia); e leninismo – os ideais de Lenine de acordo com a situação político-económica do país. Esse modelo soviético defendia a igualdade entre as classes: não haveria pessoas mais ricas que outras. Seria uma época de domínio do proletariado em que não haveria patrões pois os trabalhadores seriam os seus próprios patrões. Foi também, iria ser o fim da propriedade privada – toda a propriedade privada dos burgueses seria entregue ao Estado para esse separá-la de igual forma por todos, o que obviamente não aconteceu, continuando a haver pessoas extremamente pobres. Seria criada a ditadura do ploretariado, que serviria como repressão de todos aqueles que não queriam adquirir à política imposta, na sua maioria eram burgueses, czaristas (aqueles que apoiavam a monarquia) e muitos dos camponeses (os que eram tradicionalistas e estavam habituados à monarquia). Esse regime ditatorial serviria como um período de transição entre a monarquia e o comunismo. Uma das outras metas de Lenine, seria conceder independência aos países Russos que a desejassem. O regime duplo vivido na altura, transformou-se em desordem política o que teve greves consequência no país: a Rússia entrou, ainda mais, numa pobreza profunda levando à violência social (vandalismo, roubo, falência de empresas e seu abandono pelos patrões, conflitos no exército, etc.) Começou assim, uma guerra civil entre os regimes opostos e também a intervenção de outros países que não queriam de modo algum, a influência e a adesão dos seus povos à política soviética. A população separou-se em duas partes:
· Guardas Vermelhos – Bolcheviques
· Guardas Brancos – reformistas, czaristas… e todos aqueles países europeus que eram contra o socialismo (Inglaterra, Japão, França, Alemanha, EUA)
Para apoderar-se do poder, os guardas vermelhos, atacaram o Governo fazendo a Revolução de Outubro.
Em 1921, os Bolcheviques sobem ao poder, implantando o marxismo-leninismo e em 1922 dá-se por terminada a guerra civil implantando a República Socialista. Após a vitória, foram feitas medidas comunistas como tentativa de melhorar a situação do país: o A negociação da paz com a Alemanha a qualquer custo (foi muito prejudicial, pois a Rússia fez um acordo desfavorável para si)
o A proclamação do Direito do Povo Russo, uma novidade para Rússia pois nunca tinha tido um direito do Homem oficializados
o A hierarquização dos sovietes, estando o Lenine no topo
o 1ª Constituição da Revolução
o A destruição do sistema capitalista e a nacionalização da economia russa
o Regime de partido único (Partido Comunista Russo), criação da polícia política e da censura – ditadura do ploretariado
o Criação da III Internacional, que iria juntar a ajudar todos aqueles países que quisessem aderir ao comunismo
Devido à crise e pobreza existentes, Lenine criou o NEP (Nova Política Económica) que permitia a criação de pequenas propriedades privadas de livre iniciativa – regressão ao modelo capitalista.
Esta nova ideia de “o mundo pertencer ao ploretariado” intrigou e interessou o ploretariado dos restantes países europeus, pois também eles viviam na pobreza e no desemprego devido aos estragos na sociedade causados pela 1ª Guerra Mundial.
Após a guerra terminar, surgiram várias revoltas socialistas da parte do povo, e em resposta, também surgiram movimentos da parte do Estado com a tentativa de melhorar as condições de vida da população (para evitar futuras revoltas). Estes movimentos do Estado foram na sua maioria, movimentos autoritários e antidemocráticos (aparecimento de fascismo – Itália, nazismo – Alemanha, salazarismo – Portugal e franquismo – Espanha).