domingo, 16 de outubro de 2011

O mundo após a 1ª Guerra Mundial

 
   Em 1914 foi dado o início à 1ª Guerra Mundial, acabando esta em 1918. Causada pela Alemanha e pelos seus aliados austríacos e húngaros na esperança de expandir o seu território conquistando outros países europeus, a guerra trouxe imenso sofrimento quer seja para os países atacados como também para os atacantes.  
   Os vencedores foram os países atacados que rapidamente começaram a organizar e a por em vigor um tratado de paz, este foi feito em Paris adotando o nome de "Tratado de Versalhes". Nesse tratado foram definidas várias obrigações e deveres que a Alemanha seria obrigada a cumprir, e algumas mudanças do mapa geopolítico europeu:
  • a Alemanha e os seus aliados deveriam pagar todos os estragos causados aos países vencedores
  • a Alemanha foi proibida de ter armamentos e exército funcional no seu país (o país foi desarmado)
  • a Alemanha foi proibida de construir fortificações na extensão do rio Reno
  • tal como a maioria dos países europeus, a Alemanha foi obrigada a conceder independência às suas colónias
  • foram dissolvidos todos os impérios europeus: império Austro-Húngaro, Alemão, Otomano e Russo, formando outros países e dissolvendo os regimes autoritário dando lugar à democracias representativas
   Em 1919, na Conferencia da Paz, o presidente Woodrow Wilson, propôs a criação de uma organização mundial que iria promover e assegurar a paz mundial. Assim, foi criada em 1919, a SND - Sociedade das Nações. Apesar das boas intenções da organização, não houve resultados significativos, pois logo na oficialização da SND houve recusas de entrada nessa mesma organização pelo presidiste Wilson (EUA), pelos países vencido e até por alguns países vencedores.
   Para além disso, na negociação do tratado de Versalhes, não esteve presente o lado derrotado, levando ao descontentamento do mesmo.

  
   A 1ª Guerra não trouxe só conflitos políticos. Os países ficaram devastados, os conflitos armados destruíram vastos territórios de países europeus, foram destruídas cidades inteiras (casa, lojas, escolas, fábricas - diminuindo em grande número a produção), aldeias e campos agrícolas, perdendo todas as colheitas daqueles anos. Durante a guerra, a produção industrial e a produção agrícola baixaram cerca de 40% e 30% respetivamente levando à perda de mercados internacionais.
   A morte de soldados e de pessoas inocentes, reduziu a população dos países (principalmente a população masculina que morreu na guerra), levando à necessidade da entrada da mulher para os postos de trabalho dantes ocupados pelos homens - começo da emancipação feminina.
   Começou assim a crise europeia, sofrida principalmente nos países vencidos - Alemanha, Áustria e Hungria, pois esses não só tiveram de reconstruir o seu próprio país como também tiveram de pagar os estragos aos países vencedores estabelecidos no Tratado. Esta crise levou a uma drástica desvalorização da moeda gerando graves crises inflacionistas e ao endividamento interno (dívidas dos países vencidas para com os vencedores) e externo (empréstimos concedidos pelos EUA).

   Pela primeira vez, devido à crise, a Europa deixa de ter o hegemonia do comércio Mundial, passando esse privilégio aos EUA que a partir desse momento e até aos dias de hoje passaram a deter esse poder e foram os primeiros a dar início às mudanças da sociedade - seus comportamentos e hábitos. Assim a Europa passa a estar dependente dos EUA, pedindo empréstimos para a sua reconstrução e importando vários produtos (dos quais, alimentares).
   Para além dos EUA, o Japão também aproveitou a desorganização política e económica europeia para evoluir a sua condição relativamente ao comércio interno e internacional. 

   Os EUA ficaram assim os credores europeus. Para conseguir sustentar o seu país e os vários países europeus, os EUA tiveram que aumentar a sua produção agrícola e industrial, levando assim ao rápido desenvolvimento e  crescimento do país.
   Esse rápido crescimento da produção revelou-se ser demasiado grande, levando a acumulação de stocks resultando em falências, desemprego e deflação. Deu-se assim a primeira crise económica, mas que durou apenas por um ano - 1920-1921.
  A partir de 1923, recuperou-se a estabilidade económica, permitindo o desenvolvimento do país:
  • desenvolvimento técnico, exploração de novas fontes de energia, novo processo produtivo (estandardização e taylorismo) e novos ramos industriais.
  • incentivo ao consumo de massas pela concessão de crédito (levando à acumulação de créditos), bolsa e pela publicidade.
   Começou assim a "era da prosperidade" nos EUA marcada pelo otimismo e confiança e pelo crescimento industrial, comercial e financeiro.
  
   A frase da altura era "O grande negócio da América são os negócios", dito pelo presidente Coolidge. O mais importante eram os negócios: como obter o lucro máximo com custos mínimos?; como desenvolver as fábricas para que haja uma maior produtividade?; quais as inovações necessárias para que o produto seja o mais apelativo?; que novos produtos possam ser inventados (novidades no mercado)?, etc.
   Frederick Taylor (taylorismo), definiu a racionalização do trabalho propondo o trabalho em cadeia. Henry Ford, baseando-se no anterior, idealizou a produção em série/massa, através da uniformização de modelos - estandardização. Ford também fundou uma política de altos salários para aumentar o desejo pelo consumo cada vez maior das pessoas.

   Este novo tipo de vida da população passou a chamar-se "o estilo de vida à americana" - "the american way of life", caracterizado pela boa disposição, aquisição de máquinas elétricas/eletrónicas (rádio, telefone, etc.), aquisição de carros que entraram na moda nessa altura, etc.

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