domingo, 13 de fevereiro de 2011

Revolução Americana e Francesa - O Liberalismo

   Devido aos novos ideais iluministas, começaram a surgir revoluções populares aos regimes absolutistas existentes na altura. As colónias queriam independência para poderem fazer o seu próprio destino longe das suas cidades mães. O Terceiro Estado, por influência da burguesia, queria ter algum poder e opinião na gestão do seu país. Com as teorias da igualdade da classes sociais o povo revoltasse.

A Revolução Americana de 1776
   A primeira revolução liberal aconteceu nos Estados Unidos em 1776. Sendo uma colónia inglesa, influenciada pelas ideias filosóficas, revolta-se perante as duras condições às quais estava a ser sujeita: sendo ma colónia, devia sempre obedecer à cidade mãe sendo sempre postos de parte os seus interesses, também o comércio só era permitido ser feito com a Inglaterra, devendo-se contentar com os preços estabelecidos pela mesma e tendo aumentado os impostos sobre os produtos e suportando os gastos do exército inglês, e claro, pelo mau trato da população americana por parte dos ingleses e não permissão da participação dos americanos na vida política de Inglaterra.
  
   Os colono começaram a recusar os pagamentos injustos dos impostos e passando a várias revoltas contra os ingleses. Em 1774, os colonos americanos fecharam os portos à Inglaterra como forma de protesto. Em 1775 foi criado o exército americano contra os ingleses e foi pedida ajuda aos outros países europeus na luta contra Inglaterra à qual aderiu a França por ter relações negativas conta o inimigo comum. Em 1776 foi criada a Declaração de Independência na qual estava escrito que todos os homens são iguais e têm direito à vida, à liberdade e à felicidade e que o governo deverá apoiar os direito do Homem e será residido no povo. Assim começou a guerra entre Inglaterra e os EUA na qual venceu a América do Norte, ficando assim, independente. Mas a paz dentro do país só foi possível com a Constituição de 1787 com um regime liberal.


A Revolução Francesa de 1789
   A revolução francesa deu-se a seguir, em 1789, influenciada pela revolução americana. A ideia da revolução surgiu quando a França começou a ajudar os americanos na sua revolução, trazendo da América experiências e contando-as aos franceses. Também influenciou o facto de o Estado francês ter gasto muito dinheiro na ajuda à revolução americana (para além dos gastos habituais excessivos da corte francesa) e o aumento dos impostos para a corte poder continuar a sua vida com o mesmo nível de antes. Para além dos gastos da revolução americana, França sofria, desde 1770 grandes crises agrícolas, manofactureiras e comerciais que agravaram a situação económica do país, tendo assim uma balança comercial desfavorável. 
  
   Não suportando mais a situação de pobreza, o povo começava a revoltar-se fazendo pequenas revoltas populares. Como o povo continuava a ser ignorado e as classes privilegiadas recusavam-se a ajudar a país pois não queriam perder os seus privilégios, o Terceiro Estado, dirigido pela burguesia fez uma revolução definitiva. Primeiramente, atacou a Bastilha da qual pretendia soltar todos aqueles que foram presos por não respeitar a vontade régia e de seguida dirigiram-se ao palácio de Versalhes no qual residia toda a corte e a família real e mataram-os, acabando assim com o poder absolutista.

   A seguir à revolução, foi criada a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão em 1789, inspirada nos ideais iluministas na Declaração dos Direitos americana. Nessa Declaração falava-se dos direitos da igualdade e da liberdade do Homem, de que deveria ser julgado de igual forma independentemente da classe social a que pertencia, poderia votar nos seus representantes no Estado (não tendo um rei absoluto), deveria ser livre de manifestar a sua opinião desde que não prejudique os outros, deveria ser tolerante com os outros, os impostos deveriam ser pagos por todos, deveriam ter direito à propriedade...

   A seguir foi feita a Constituição de 1791, sendo esta mais moderna. Esta estabeleceu a monarquia constitucional, com um rei hereditário e uma Assembleia Legislativa eleita pelo povo, contudo, nas eleições só podiam participar homens maiores de idade que soubessem ler e escrever e com um pagamento de uma certa quantia, o censo, o que impossibilitava muitas pessoas de votar. A Constituição também acabou com a sociedade de ordens, sendo essas (teoricamente) iguais e tendo a possibilidade de obter diversos cargos.

   Mesmo com a Constituição de 1791, continuava a haver várias revoltas entre revolucionários e contra-revolucionários. Assim, em 1792 foi instituído o governo da Convenção, com uma nova Constituição (de 1793), um período conhecido de Terror. Foi assim, instaurada uma república popular. Começou uma presseguição terrível aos contra-revolucionários; foram aumentados impostos aos mais ricos; a alimentação foi reduzida.

   Em 1795 deu-se novamente um golpe ao estado devido às mesmas razões e a Convenção foi substituída pelo Directório com uma nova Constituição de 1795. Tendo um regime republicano e um estado laico (tolerância religiosa) a população continuava descontente.

O último golpe ao Estado foi o de 1799 que originou o Consulado, gerido pelo Napoleão Bonaparte. Conseguindo o agrado populacional, Napoleão foi proclamado imperador hereditário (monarquia imperial).

França deu origem à várias revoluções liberais por toda a Europa e também em várias colónias, espalhando a filosofia da Liberdade Igualdade e Fraternidade gerando conflitos dentro desses países devido ao descontentamento populacional sobre os regimes autoritários e as suas vidas miseráveis.

 

1 comentário:

  1. Minha cara amiga, eu não quero ser maldoso mas a informação que tem aqui sobre a revolução francesa não é completamente certa. Mais especificamente o excerto: "dirigiram-se ao palácio de Versalhes no qual residia toda a corte e a família real e mataram-os, acabando assim com o poder absolutista".

    Não é de todo verdade. Só depois de ser redigida a constituição e os direitos do Homem, bem como da destruição da bastilha, é que o povo obriga o rei a mudar-se de Versalhes para o Palácio das Tulherias, em Paris, para assim poder ser mais controlado pelo povo.

    O rei passado um ano, descontente com a situação, tenta fugir e refugiar-se na Áustria com a sua família. Contudo, foi detido em Varennes, e levado para a prisão de Paris. Já na prisão, o rei começa a reunir ajudas diplomáticas estrangeiras, através de cartas e através dos nobres que fugiram para fora de França.

    Ao receber uma ameaça onde era dito que se algum mal fosse feito ao rei ou à rainha, França era invadida. Ora este "ultimato" teve exactamente o efeito contrário daquilo que era pretendido. O povo, considerando agora o rei um traidor, levou-o a julgamento, sendo condenado à guilhotina. Alguns meses mais tarde,e em condições bem mais humilhantes, Maria Antonieta, foi também guilhotinada.

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